sábado, 14 de janeiro de 2012

Varrendo os mares e Alimentos de Luxo




1. Varrendo os mares


Nós últimos 50 anos frotas industriais já pescaram pelo menos 90% de todos os grandes predadores oceânicos – o atum, marlim, peixe-espada, tubarões, bacalhau, halibut, arraias e linguados.

Levantamentos recentes indicam que hoje a captura indiscriminada mata e desperdiça entre 18 e 40 milhões de toneladas de peixes, tartarugas e mamíferos marinhos todos os anos, o que representa nada mais nada menos do que cerca de um terço de toda a pesca mundial. E um crime contra a natureza.

A pesca industrial é a captura de pescado, utilizando navios de grandes dimensões, geralmente bem equipados, dispondo de redes potentes . Uma vez que este tipo de pesca está associada à pesca longínqua ou à pesca costeira com campanhas longas, de vários dias ou meses, as embarcações possuem os equipamentos necessários para a conservação e, por vezes, congelação do pescado. Neste tipo de pesca são utilizadas as técnicas mais modernas de cerco, arrasto, ou outras, e ainda ecossondas para localização dos cardumes. O uso generalizado de traineiras possantes arrastam linhas com anzóis por vários quilômetros de extensão, arrastando uma enorme quantidade de peixes, sem distinção de tamanho, sendo assim os grandes predadores desapareceram dos oceanos e os peixes menores conseguiram aumentar suas populações, mas não por muito tempo.

A pesca artesanal sobrevive paralelamente, sendo destinada principalmente à subsistência de pequenas colônias de pescadores em regiões ribeirinhas e litorâneas, que utilizam redes de pequeno porte, espinhéis, tarrafas e redes de espera.

Na cúpula de 2002, sobre Desenvolvimento Sustentável, 192 nações assinaram um acordo voluntario para restaurar os estoques pesqueiros à sua produção máxima sustentável até 2015, isso significa reduzir a porcentagem de peixes mortos anualmente, através da redução de cotas.





2. Alimentos de luxo


Os consumidores do mundo todo sempre procuram alimentos raros e exóticos, exemplo é o Foie Gras, barbatanas de tubarão, caviar, como símbolo de riqueza e charme, muitos pagam caros por eles.

O foie gras é uma cozinha gourmet francesa no gosto, o alto preço do foie gras o torna uma iguaria rara. Mas a produção de foie gras na França não é a superpotência, embora o consumo seja de quase 90%, e por causa de sua crueldade fez com que o processo de produção organizações de proteção animal em forte oposição da França, por isso tem uma longa história de ganso húngaro produção de foie gras para se tornar uma superpotência.

O processo se resume a tortura. Os animais são confinados nos criadouros em espaços pequenos para que não consigam se movimentar e, conseqüentemente, não gastarem energia desnecessariamente. Numa área de dois metros quadrados são confinados até 12 animais. Os gansos ou patos são forçados a ingerirem grandes volumes de alimentos através de tubos, fazendo com que seu fígado cresça 10 vezes mais que o normal.O fígado de um animal sadio pesa cerca de 120 gramas. O do animal tratado dessa maneira chega a 1200 gramas, dez vezes mais que o normal. Sem fala na serie de outros problemas de saúde, incluindo hemorragia hepática , lesões na garganta e até mesmo asfixia, os que sobrevivem a este tortuoso processo, são abatidos e retirado o fígado.


O caviar é a ova não-fertilizada da fêmea do esturjão , do salmão e da espátula e outras espécies que se popularizaram quando as populações do esturjão encolheram.


Outra iguaria é um prato feito de barbatana de tubarão, os caçadores capturam e cortam as barbatanas com os tubarões ainda vivos, lançando-os de volta ao mar, onde morrem afogados ou de hemorragia. Na Ásia, os comerciantes podem chegar a oferecer 30 a 40 espécies diferentes e podem vender as barbatanas até a US$ 400 por quilo.


Grupos de proteção aos animais, ecólogos, biólogos marinhos, chefs e outros grupos interessados estão enviando esforços para proibir e estigmatizar certos tipos de cozinha de luxo e, em termos mais gerais, tentar fazer com que as pessoas reflitam antes de comer.






Produtores:

A produção mundial de foie gras (em dados do ano de 2007) é estimada em 27.000 toneladas, representando a produção europeia mais de 90%. A França é o líder de foie gras no mundo, com 20.400 toneladas (96% de pato e ganso resto). Emprega diretamente mais de 30.000 pessoas, e 90% da produção está nas regiões do Landes , no Périgord (em Dordogne ) e Midi-Pyrénées , no sudoeste, e na Alsácia Oriente. A União Europeia (UE) reconhece o foie gras produzido por métodos tradicionais ("selo vermelho") no sudoeste da França com uma denominação de origem geográfica.

O restante da produção é dividida entre os seguintes países:

Hungria : 2.500 toneladas;
Bulgária : 2200 toneladas;
Espanha : 950 toneladas. (Produção em Aragão, Catalunha, País Basco, Navarra e Castela e León);
Estados Unidos : 300 toneladas;
China : 280 toneladas;
Canadá : 170 toneladas;
Bélgica : 100 toneladas.


Consumidores:

Consumo europeu representa 93% da produção mundial, as exportações fora da UE são estimados em menos de 2.000 toneladas. (Dados de 2007), os principais clientes:

Japão: 750 toneladas;
Suíça: 275 toneladas;
Hong Kong: 145 toneladas;
Rússia: 105 toneladas;
Estados Unidos: 61 toneladas;
Singapura: 47 toneladas;
Tailândia: 34 toneladas;
Nova Caledônia: 30 toneladas;
Emirados Árabes Unidos: 21 toneladas.


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Dados: GreenPeace

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pequeno amor



''Todo o homem de hoje, em quem a estatura moral e o relevo intelectual não sejam de pigmeu ou de charro, ama, quando ama, com o amor romântico.

O amor romântico é um produto extremo de séculos sobre séculos de influência cristã; e, tanto quanto à sua substância, como quanto à seqüência do seu desenvolvimento, pode ser dado a conhecer a quem não o perceba comparando-o com uma veste, ou traje, que a alma ou a imaginação fabriquem para com ele vestir as criaturas, que acaso apareçam, e o espírito ache que lhes cabe.

Mas todo o traje, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em quem o vestimos.

O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceita desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida''.


Fernando Pessoa


*O livro do Desassossegado